Em pauta!

domingo, março 04, 2012

Um apocalipse diferenciado é apresentado em Gyo!

Gyo.

Saudações, visitante. Quando se faz dizer que a animação japonesa é diversificada em todos os pontos possíveis, vem à mente uma das características mais interessantes que auxilia na veracidade de tal afirmativa: trata-se das histórias apocalípticas.

Engana-se quem pensar que tal tipo de história é trabalhada apenas atualmente pois, na verdade, a mesma é explorada há décadas. O por muitos cultuado Evangelion lança bem tal enfoque. Saikano tende à querer misturar uma carga dramática por sobre um conflito de dimensões globais. E mais um exemplo é Elfen Lied, que abusa da ficção e do sangue em sua proposta da aniquilação da raça humana.

Em questão estará uma adaptação de mangá que foi, inclusive, lançada no último mês de fevereiro. Um OVA vindo diretamente de uma das aclamadas histórias de Junji Ito que, na animação, sofreu algumas mudanças em comparação com a obra publicada.

Esteja pronto para ler sobre Gyo, uma história de cunho apocalíptico protagonizada ( ao menos de forma inicial ) por peixes. Fique avisado de que a presente review se tratará apenas da animação e, assim sendo, tenhas uma boa leitura.

Conceituando história e personagens

A jovem Kaori, com um de seus semblantes mais comuns na animação...

O momento é de se aproveitar o período de férias. E nada melhor do que as mesmas serem aproveitadas em uma das mais paradisíacas regiões do arquipélago japonês, que é Okinawa. E nela se faz apresentar a protagonista da animação de Gyo, uma jovem de nome Kaori.

Kaori está em Okinawa enquanto seu namorado, de nome Tadashi, encontra-se em Tóquio. Ele atua no ramo de pesquisas, deixando-o muito ocupado. Mas Kaori não está sozinha em Okinawa, isso porque duas de suas amigas estão em sua companhia nesta viagem.

Uma delas é uma moça insegura e detentora de uma estranha linha de raciocínio, chamada Aki. A outra é um claro exemplo de alguém que vive de forma despreocupada e que vangloria-se da beleza de seu corpo, sendo seu nome Erica. Duas moças que tomam parte da trama de Gyo apenas na animação.

A jovem Aki está no meio. A Erica mais à direita.
E estes dois rapazes!?

Se partimos do princípio básico de que as férias são o período perfeito para descanso, é natural de se imaginar que maiores preocupações não deverão existir. Entretanto, para o apresentado grupo de personagens em Okinawa, o que está para se ver é o início de algo trágico.

Aí entra, de forma direta e franca, o nome da obra. Isto se deve ao fato de gyo significar peixe em japonês. E são eles, os peixes, que passarão à chamar a atenção na sequência da animação. Graças à certas pesquisas e ações humanas datadas de décadas atrás ( linha do tempo deste OVA ) o mundo como se faz conhecer pode estar com os dias contados.

As três moças não tem muita ideia, mas passarão por provações nunca antes imaginadas em suas vidas. Diga-se de passagem, não apenas elas. Mas, na sequência deste texto, notarás como Gyo consegue contar um pouco da história delas em meio ao caos que se faz estabelecer em solo japonês.

Peixes que andam: o início do fim?

Uma interessante "mutação".

Você já pôde ter uma ideia sobre do que vem à se tratar Gyo. Neste momento, a história começará a intensificar-se. Kaori e suas amigas tiveram um primeiro contato extremamente marcante com aquilo que, no dia seguinte à chegada delas em Okinawa, daria um sentido extremamente diferenciado para s suas férias.

Um estranho peixe com pernas metálicas invadiu a morada de veraneio delas. Anteriormente à sua aparição, um estranho odor estava tomando conta do ambiente da morada, causando verdadeiras náuseas ao trio de amigas. Era um cheiro que, mais tarde, não se faria restrito a uma casa. Aliás, nem mais para uma cidade ou região...

Sem o prévio consentimento da Kaori e da Aki, a Erica convidou dois rapazes para irem até a morada para um "momento de diversão". Mas foi exatamente à partir deste ponto que tudo se transformou em uma catástrofe generalizada, graças à chegada de um tubarão com pernas metálicas, que passou à atacar as residentes com voracidade.

Com o infortúnio aparentemente finalizado, o que se fez notar na sacada da morada foi uma verdadeira invasão de peixes com pernas, seguindo adiante pela estrada. Sem demora, a cidade foi invadida pelos seres marítimos. Estes seres traziam, além do odor repugnante, o medo estabelecido entre os habitantes da cidade. Como se não bastasse a locomoção rápida destes peixes eles aparentavam possuir uma resistência muito forte, um tipo de carapuça extra. E aqui tem início o fim da civilização como se fazia conhecer...

Quando surge a novidade...

Você pode analisar, objetivamente, que tamanho acontecimento não tinha como ficar restrito à uma localidade apenas, dado de onde provinha o mesmo ( do mar ). É de se supor que seria questão de tempo para que outras regiões do Japão fossem acometidas pela chegada dos "peixes metálicos", fato este que acabou ocorrendo.

Graças à uma estranha ligação do jovem Tadashi, a Kaori deixou as suas amigas e rumou para Tóquio. E ao lado de um rapaz chamado Tsuyoshi Shirakawa ( e sua inseparável câmera portátil ) ela presencia, desde a chegada do avião à Tóquio, que os peixes já estavam tomando conta de tudo. Aliás, os seres marítimos com pernas metálicas já tinham feito muito mais do que apenas invadir as cidades...

Cabe aqui definir algo de grande importância para o prosseguimento da trama, pois a mutação sofrida pelos peixes não se limitavam apenas à eles. Neste contexto, não fica muito difícil imaginar a situação da Aki e da Erica em Okinawa, da Kaori e do Shirakawa em Tóquio e dos demais habitantes de todo o restante do planeta.

Não fica difícil imaginar, também, que existam certos conflitos entre alguns personagens de Gyo. Fique à par, por exemplo, que a Aki e a Erica possuem uma história paralela envolta por uma "falsa amizade" e por sentimentos como a inveja. E com a personalidade proposta pela segunda moça citada, não fica difícil imaginar que o fator ecchi se faz presente neste OVA, especialmente em seus momentos iniciais.

Características e desenvolvimento

O tubarão está à espreita...

Muito da história presente em Gyo já foi relatada. Agora se faz presente o momento das considerações sobre o OVA em questão. Como já se fez citar na introdução, esta review se restringe à versão animada da obra, sendo este o foco de toda e qualquer opinião aqui exposta.

Por si, Gyo tenta mostrar as facetas de um evento apocalíptico que foi conduzido por humanos décadas atrás onde, graças a um estranho mecanismo, os seres acometidos pela mutação podem se locomover. Mas um fator que pode surpreender é que tais seres já se encontram, de alguma forma, mortos ao serem afetados. Os gases por eles expelidos formam um tipo de força motriz para a locomoção dos mesmos.

O parágrafo acima pode ser um belo spoiler, mas é essencial para a compreensão sobre o que está a ocorrer em Gyo. De igual forma, citar o fator ecchi como um ponto baixo neste OVA pode ser um erro. Não por gostos pessoais ( que não se justificam aqui ) ou por maiores especulações, mas sim em razão dos eventos pertinentes à jovem personagem Erica assim clamarem por isso.

Quem leu o mangá de Gyo pode ter sentido o ecchi presente como um tipo de afronta para a obra. E quando se faz citar pontos que podem ser interpretados como negativos, faz-se presente a questão da animação em si. Muito embora a mesma não comprometa a diversão e a imersão à história da obra, o modo como os peixes aparecem podem causar alguma estranheza inicial.

Shirakawa e Kaori.

Uma outra característica desta obra pertence unicamente a jovem personagem Kaori. Seu comportamento é de alguém com medo, aflição, estando na busca continua pelo seu namorado em Tóquio. Mas se há uma coisa que ela faz com primazia é gritar e berrar com muita vontade e estímulo o que, na visão deste humilde blogueiro, pode chegar à irritar em certos momentos.

Deve-se salientar que, em toda a duração deste OVA, a história se faz passar de uma forma simplória demais mas, ao mesmo tempo, agradável e com uma boa constância. Um ponto que pode ajudar na veracidade de tal afirmativa está em seu enredo, extremamente fácil de ser compreendido. Normalmente isto poderia ser enquadrado como um ponto negativo, mas em Gyo acaba funcionando bem.

Ficar preso à catástrofe iminente poderia ser o ideal para Gyo. Ficar restrito ao apocalipse vindo do mar, em si, poderia ser aquilo que várias pessoas gostariam de ver. Mas deve-se aqui salientar que, contar algumas histórias paralelas junto ao enredo principal pode ser um grande atrativo. Infelizmente há alguns momentos que poderiam ser mais intensos na forma de serem apresentados mas, ainda assim, o prosseguimento dos mesmos seguiram-se sem maiores problemas.

No âmbito geral, Gyo consegue divertir na medida e prender a atenção de uma forma bastante descompromissada e honesta. Talvez seja este fator ( o de ser descompromissado ) que venha à atrapalhar a experiência de quem assistir à este OVA. Talvez o ecchi presente não seja condizente com o escopo da obra. Contudo e de forma inegável, Gyo consegue lançar quem o assistir na definição do problema e, ao mesmo tempo, clama pela solução do mesmo.

Objetivamente

E isto voou de Okinawa até Tóquio...

O OVA de Gyo, produzido pelo estúdio de animação Ufotable ( o mesmo responsável por Fate/Zero ) consegue prender a atenção e deixá-lo no clímax da obra, mesmo com os percalços citados neste texto. Desde o momento no qual este humilde blogueiro comentou sobre a chegada do OVA em questão, muitas especulações surgiram pela internet tendo, como resultado final, a alegria de alguns e a descrença de outros.

Em si, o quesito animação da obra não compromete. Não é uma pintura antológica nem tão pouco um marco para ser citado, mas tem a sua desenvoltura e não atrapalha na experiência em ver Gyo. Por sinal, os cenários são bem trabalhados e constituem o grande ponto positivo deste quesito.

A parte acústica deste OVA é simples ao extremo. Ao mesmo tempo que não empolga, não atrapalha em demasiado. Mas há aquele sentimento de frustração resguardado pois, para uma obra que vem à se tratar de um tema apocalíptico, a parte sonora constitui um fator de grande importância. A música entoada no encerramento vale em ser escutada.

Com toda a análise feita, fica a recomendação positiva deste blog para que você, assim que possível for, assista Gyo. Embora esteja longe de ser uma obra marcante, é uma história que vale a pena ser vista, especialmente se ainda não tiveres lido o mangá original.

E fica a pergunta no ar: pode a humanidade ser salva?

[ made in NETOIN! ]

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Alguns blogs parceiros também apresentaram seus textos sobre o OVA de Gyo. Seguem-se:

* Elfen Lied Brasil;
* Gyabbo!;
* Kurokyo;
* Nahel Argama.

O autor do NETOIN! é...
Carlírio NetoCarlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

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